Farense capa

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sábado, 15 de abril de 2017

Bruno Mestre



"Para subir, ganhar sempre em casa é obrigatório”

Quantos Farenses somos? - Olá, Bruno. O que é feito de si, 14 anos depois de ter deixado o Farense?

Bruno Mestre – Estou a trabalhar no aeroporto, na parte da ligação com os aviões.


QFS – E já não está a jogar? Ainda começou a época nos 11 Esperanças, certo?

BM – Pois. Isso é o bichinho (risos). Mas só fiz um jogo, depois vieram as lesões… uma lástima. Primeiro uma rotura de 5 centímetros, logo quatro meses sem fazer nada. Depois uma pancada no tendão de Aquiles. Acho que não dá mais. Agora acho que é de vez. Mas sinto falta de estar lá dentro.


QFS – E continua a acompanhar o percurso do Farense?

BM – Sim, tenho visto. Também tenho tido amigos a jogar lá, o Rui Duarte, o Hugo Luz, agora está lá o Jorge Ribeiro… Vou acompanhando. E também porque sou farense e vivo perto de Faro, então…


QFS – Foi colega do Rui Duarte no Olhanense durante três anos e, como já disse, é seu amigo. Considera que a equipa está em boas mãos?

BM – Também fui adjunto dele no Moncarapachense. Acho sinceramente que é uma pessoa capaz. Tem ideias muito boas, aprendeu muita coisa ao longo da carreira, teve grandes treinadores e tirou o melhor de cada um. Esta fase não é fácil, mas… o Farense tem de subir sempre. Os jogos em casa são importantíssimos, é sempre importante pontuar fora mas ganhar em casa é quase obrigatório. Eu acredito. O Rui é uma pessoa extremamente motivada e com objetivos muito pensados. A nível de motivação, vai conseguir ter os jogadores do seu lado com facilidade. Foi capitão muitos anos, sabe puxar por eles, sabe como nos facilitar a vida. E ele merece. Tirou o curso em pouco tempo e com muito esforço, muita dedicação. Quando sai do treino, ele vai para casa e vai estudar o treino do dia seguinte em função do que aconteceu no dia anterior. Se o treino desse dia não correu tão bem, ele vai ver o que falhou e faz o treino para o dia seguinte com os melhoramentos necessários. Estuda o adversário, prevê as dificuldades que vão aparecer.


QFS – Foi uma surpresa para si a descida da II Liga o ano passado?

BM – Sim, não estava nada à espera. Sinceramente, até achava que estávamos a entrar numa estrutura mais sólida, melhoraram o estádio, o relvado também. Mas é muito difícil quando se está em baixo e se começa a perder. E depois é a velha questão de mudar de treinador: às vezes é positivo, mas eu acho sempre que a culpa é primeiro dos jogadores. Se não estavam a dar tudo, é porque não estavam a trabalhar bem. A motivação tem de ser interna. Mudar de treinador só dá despesas ao clube. É mais fácil, mas os jogadores têm de assumir a responsabilidade. Lutar para subir não pode ser só de boca, tem de se ter estrutura. E depois, quando as coisas correm mal, a culpa é do treinador e dos jogadores. O clube tem de dar condições, não ficar a dever ordenados… Muitas vezes devem e o discurso é “Ah, depois quando subirmos pagamos”. E depois, subindo ou não, acabam por não pagar nada. Isso não pode acontecer.



"Cheguei a ter nove meses de salários em atraso”



QFS – Há pouco disse ser farense. Mas o Bruno é natural de Almodôvar (Alentejo)…

BM – Sim, e joguei lá até aos infantis. Cheguei a ser o melhor marcador do distrital de Beja. Na altura jogava a 10 ou a ponta-de-lança. Então, uma pessoa do Farense ligou para os meus pais, a perguntar se estavam interessados que eu fosse para Faro, e eles não me cortaram as pernas. Tinha 13 anos e fui. Fiquei na casa da minha tia. Depois, aos 17 assinei o primeiro contrato profissional. Fiz mais uma época nos juniores e depois fui emprestado ao Esperança de Lagos, que estava na altura na III Divisão. Como era muito rápido, comecei a jogar a extremo. Foi uma excelente época, os objetivos iniciais eram lutar para não descer, mas acabámos por ficar em terceiro depois de lutar pela subida a época toda. Fiz muitas assistências, gostavam bastante de mim. Ainda hoje sou muito bem recebido, gosto muito de lá ir.



QFS – E eis que chega à equipa sénior do Farense em 2001/02…

BM – Chamaram-me para fazer a pré-época e o treinador, na altura o Alberto Pazos, gostou de mim. Chamou-me para falar com ele e disse exatamente o que esperava de mim: “Este ano vais fazer 30 jogos. É isso que perspetivo para ti. Tens condições para evoluir muito mais que isto”. Aquilo marcou-me, eu era um miúdo com 19 anos! Depois no fim da pré-época tive o azar de ter de ser operado a uma pubalgia, mas após recuperar, fiz os jogos todos até ao fim da época.




QFS – Em termos coletivos, acabou por ser uma época muito complicada – foi a última do Farense na I Liga…

BM – O clube estava muito mal a nível financeiro. Eu cheguei a ter nove meses de salário em atraso. As pessoas chamavam nomes aos jogadores, mas não sabiam o que se passava. A maior parte do plantel eram mesmo farenses e queriam mesmo que o clube fosse para a frente, mas era muito difícil. Pais de família, com filhos em casa para alimentar… Quando íamos lá para dentro abstraíamo-nos disso, mas durante a semana não dá. O jogador chega a casa todos os dias com a mulher a perguntar “Já recebeste?” Psicologicamente é muito difícil. Fico triste por algumas pessoas que gostavam muito do Farense. Mas havia outros que batiam com a mão no peito, a dizer que eram farenses, e no fim não eram. Nós tínhamos uma boa equipa, houve jogos em que conseguimos mostrá-lo. A nível pessoal, foi uma época muito especial para mim.


QFS – Por ser a primeira nos seniores?

BM – Sim, e porque comecei aí a ir à selecção. A primeira vez foi um sonho, eu nem sabia que os jogadores recebiam dinheiro por ir à selecção, achava que era uma obrigação (risos)! Bruno Alves, Ricardo Costa, Carlos Martins, Manuel José. Isto foi nos sub-20. Depois entretanto apareceu o Quaresma e o Ronaldo e acabou (risos)!


QFS – Nessa época tão atribulada, o Farense tem quatro treinadores, entre os quais novamente o Paco Fortes! Que recorda dele?

BM – Era uma pessoa carismática, que faz parte da História do Farense. Incutia muita vontade, queria os jogadores sempre disponíveis. Era frenético e exigente, e nessa fase específica era exatamente o que o Farense procurava. A mística, a garra. Foi positivo.




QFS – Consumada a queda, chega a época 2002/03 na II Liga…

BM – Essa foi a mais difícil. Tínhamos bons jogadores, mas não era um grupo tão coeso. Não havia problemas entre nós, apenas não funcionava bem. Tínhamos jogadores batidos, com experiência, mas não havia estabilidade e isso complicou muito. A mim, toda a gente me conhecia e nunca fui criticado diretamente. Se calhar, tinham pena porque era miúdo (risos). Mais tarde sim, houve pessoas que não estiveram bem comigo. Mas houve muitas injustiças para com colegas meus mais velhos, jogadores experientes que estavam há muitos anos no clube. Aquelas bocas “Tás velho, já não te mexes, o que é que fazes aí?” Coisas assim. O jogador de futebol tem de saber viver com isso, mas não pensem que é fácil. Muita gente tem a ideia errada que todos os jogadores de futebol ganham milhares, mas não é bem assim. É verdade que têm um ordenado acima da media, mas não são todos Ronaldos. Mas atenção: alguns jogadores também passam a imagem errada e tentam ser algo que não são. Têm algum dinheirinho, vão logo a correr comprar um BM e depois andam a passear-se como se fossem milionários – que não são.





QFS – E porque saiu no fim dessa temporada? A permanência foi atingida no campo, mas na secretaria o Farense acabou por descer à II B…

BM – Ainda tinha mais cinco anos de contrato com o Farense. Entretanto apareceu uma proposta do Moreirense, que estava na I Liga, ainda antes do fim do campeonato. Disseram-me “se conseguirmos a permanência, tas contratado. Sabemos que tens mais propostas da I Liga – que por acaso até nem tinha (risos)”. Então, rescindi amigavelmente com o Farense, mesmo tendo vários meses em atraso. Mas fiz questão porque gostava do clube. Nesse momento, sim, posso dizer que fui mal tratado por algumas pessoas: chamaram-me ingrato, não me queriam deixar sair sem dar dinheiro a ganhar ao clube. Eu só disse “É esse o agradecimento que dão a um jogador da casa?” Eu hoje podia estar melhor na vida, se me têm pago tudo, mas… é assim. Na altura ainda recebi uma carta a perguntar se queria pôr o Farense em tribunal, como outros colegas fizeram, e ainda andei com o processo, mas depois tirei. Tive respeito pelo clube.


"Com o Jorge Costa só não joguei a central e a guarda-redes!”



QFS – Fechado o capítulo Farense, fez mais dois anos na I Liga no Moreirense.

BM – Foi, a todos os níveis, o melhor clube por onde passei. O Farense é a minha casa, mas o Moreirense é a segunda. Fui muito bem recebido e sempre muito bem tratado. Ali sentia-me como um verdadeiro jogador! Em termos desportivos, a primeira época foi a melhor de sempre do clube. Depois na segunda… descemos. No ano seguinte tínhamos um projeto para subir novamente, mas não correu bem.


QFS – E em 2006/07, acaba por assinar… pelo Olhanense. Porquê?

BM – Aí veio a conversa do traidor para os farenses. Sinceramente, escolhi o Olhanense porque queria voltar para o Algarve. Se calhar, hoje olhando para a minha carreira, devia ter ficado no Norte. Teria tido uma carreira diferente. Mas são opções, na altura fiz o que achei melhor. E no Olhanense passei uma época espetacular (2008/09), quando subimos à I Liga. Foi uma loucura, estava toda a cidade à nossa espera, uma vivência espetacular. E foi onde apanhei dos melhores grupos. Sempre fui muito bem tratado lá.




QFS – E porque não ficou para jogar na I Liga? Acabou por não voltar lá…

BM – Fui convidado a ficar, disseram-me que ia ser útil na I Liga. Mas depois, apresentaram-me uma proposta inaceitável: continuar a ganhar o mesmo que na II Liga. Dizem que pedi muito dinheiro, mas é mentira. Apenas não podia continuar a ganhar o mesmo na I Liga! E pronto, entretanto a época já estava a começar, os plantéis já estavam praticamente fechados, já ninguém estava a precisar. Acabei por ir para o Louletano (II B), pensando em dar um passo atrás para depois dar dois à frente. Podia ter ido para o estrangeiro, mas não era uma prioridade para mim. Acabou por ser uma boa experiência.


QFS – No fim dessa época, volta à II Liga, agora no Fátima – mas o regresso durou pouco…

BM – Foi a pedido do Diamantino Miranda, que já me tinha treinado no Olhanense. Fui para o Fátima para subir à I Liga, mas ainda hoje não consegui entender o que se passou. Começámos mal e mais uma vez foi esse o problema. Foi das épocas mais complicadas que tive: via-se que todos queríamos, mas simplesmente não dava. Então, como na altura já tinha filhos e tudo isso, decidi voltar para o Algarve novamente.





QFS – E mais uma vez o Louletano.

BM – Sempre tive as portas abertas no Louletano, sempre me disseram que se recebesse alguma proposta de um clube de uma divisão acima podia ir sem problemas. E depois nessa altura comecei a trabalhar e a jogar. Sabia que estava a chegar ao fim e precisava de me preparar para o futuro. Estive em armazéns, trabalhos temporários (Aviludo, Apolónia). Depois numa oficina nos campos de golfe, trabalhei lá quase dois anos. Aeroporto também, já lá tinha estado e voltei agora.


QFS – Entretanto, “acabou” a carreira no Almodôvar, o clube da sua terra!

BM – Pois. Eles subiram de divisão (para o CNS) e perguntaram-me se podia ir ajudar. Eu respondi “Vou tentar”. Mas ir para Almodôvar três vezes por semana… Eu tinha a vida toda aqui. Fiz uns quantos jogos. Ajudei nos primeiros, mas depois via que já não estava a ajudar grande coisa (risos)…





QFS – Jogava a que posição lá? Sim, porque o Bruno acabou por ficar conhecido como um jogador polivalente!

BM – Nos primeiros anos fui sempre extremo-direito, porque era muito rápido. Depois, a primeira vez que joguei a lateral foi com o Vítor Oliveira em Belém, pelo Moreirense. Mas quando recuei mesmo de vez foi com o Álvaro Magalhães, no Olhanense. Sinceramente, acabei por gostar mais de jogar a lateral, porque estava sempre de frente para o jogo. Com o Jorge Costa só não joguei a central e a guarda-redes, de resto joguei nas posições todas! Era muito polivalente, cumpria bem tudo o que me pediam. Quando havia lesões ou castigos, eu preenchia as posições. E no Almodôvar, fui médio-centro, organizava o jogo ali no meio-campo.


QFS – Mas nunca foi de marcar muitos golos, mesmo quando jogou a avançado…

BM – Sempre fui mais de assistências. Cheguei a ser o jogador com mais assistências numa época na II Liga. Era um extremo mais à antiga, ia buscar a bola na frente e cruzava.




QFS – Voltando à sua carreira: eis que, depois de duas épocas parado, dá-se este regresso para jogar nos 11 Esperanças. Foi, de resto, apresentado com muita pompa e circunstância, ao lado de Hugo Gomes e Fajardo, também eles antigos jogadores da I Liga – e do Farense!

BM – Mais valia estar quieto (risos)! Senti-me muito bem no primeiro mês, mas depois… E eles também estiveram pouco tempo. O Hugo teve também uma lesão muito grave, e o Fajardo não conseguia conciliar com a profissão.


QFS – Jogou toda a vida em escalões profissionais ou semi. Como é jogar nas distritais?

BM – É muito diferente. A segurança não é tanta, a qualidade dos árbitros, dos jogadores… Há alguns com qualidade, e além disso toda a gente para evoluir tem de errar, mas a atitude… Para eles é tudo muito banal, desistem logo à primeira, se perdem pensam “Oh, é só mais um jogo”. Eu se estivesse no distrital e tivesse o sonho de ser jogador, lutava por isso. Mas estes miúdos não têm ambição. Para alguém que era profissional, habituado a dar sempre o máximo, chega-se ali e eles estão a brincar… Alguns podiam aproveitar os nossos conselhos, de jogadores que passaram pela I Liga, mas nem por isso… Eu lembro-me numa das primeiras vezes que saí à noite e encontrei o Rui Costa no Black Jack, para mim foi como se encontrasse um deus! Era o meu ídolo, e depois foi o Kaká.



A letra daquele hino dá logo uma alegria nas pernas…”

QFS – O que guarda da passagem pelo Farense? A parte dos seniores foi muito atribulada…

BM – Guardo toda a escola, grandes amigos que mantenho ainda hoje. Aquele hino, cada vez que toca sinto-o muito. O primeiro jogo que fiz na I Liga, inesquecível, com o Sporting (1-3 no São Luís, em 2001/02). E a titular foi com o Benfica (0-2 no São Luís). Nessa noite dormi poucas horas, a pensar na exibição, no que fiz mal, no que podia ter feito melhor… Era a primeira vez que estava a jogar na Liga, ao lado de jogadores que só via na televisão. Joguei com eles! Carlos Costa, Hassan, respeito-os muito. O Hassan gostava de mim. Jogar ali com o estádio cheio, aos 19 anos… nunca vou esquecer.


QFS – Para quem nunca o viu jogar, como se definiria enquanto jogador?

BM – Havia quem me chamasse o Flecha, porque era muito rápido! Não desistia de nenhuma bola lançada. Não a nível de luta – isso ganhei no Moreirense –, mas bolas lançadas para a corrida. Era muito rápido, cruzava bem. Tinha um remate forte, embora não o utilizasse muitas vezes. E boa leitura de jogo. Não me considerava tecnicamente fraco. Ter técnica não é só passar as pernas por cima da bola: é saber receber a bola, dominar pensando logo no que se vai fazer a seguir. Saber fazer um cruzamento, um passe a 30 ou a 40 metros. Isso não é para todos. Quem faz truques é habilidoso, claro que é tecnicamente evoluído, mas não é objetivo. O Cristiano Ronaldo era um fenómeno no Manchester United, mas era finta com progressão. Como o Ronaldo Fenómeno. O que diferencia estes jogadores dos outros é a capacidade de finta com progressão.


QFS – Quais os melhores jogadores com quem jogou na carreira?

BM – Rui Duarte e Djalmir. O Rui Duarte era um médio muito incisivo, pensava o jogo da equipa mas sem o mastigar. E o Djalmir foi o melhor avançado com quem joguei, sem dúvida. Já apanhei o Hassan na fase descendente. Havia um médio no Moreirense que tinha jogado no Benfica, o Uribe, que foi talvez o jogador com mais qualidade de passe com quem jogue. Não era de grande entrega, mas tinha muita classe. O Sérgio Lomba, central no Moreirense, também tinha muita classe. Orlando, Castro. E tenho pena de não ter jogado com o Hajry. Ele na altura era adjunto (ainda chegou a treinar a equipa nalguns jogos), mas às vezes treinava connosco e era de uma qualidade fora do normal para o Farense, mesmo sem se mexer. Depois, o Pelé e o Bruno Alves. O Taira, que tinha um nível de liderança acima da média. Foi dos primeiros que vi jogar com a mesma qualidade com os dois pés. O Rui Baião (Olhanense) também: para eles, jogar com o pé direito ou o esquerdo era igual. E o melhor guarda-redes foi o Bruno Veríssimo (Olhanense).


QFS – E treinadores? Quem mais o marcou?

BM – Na vertente da organização e disciplina tática, Jorge Jesus. Pela liderança, Jorge Costa. Tive alguns treinadores muito bons, que me ajudaram a evoluir. Ah, e Alberto Pazos, claro: foi o primeiro a dar-me valor. Mas todos me marcaram pela positiva.





QFS – Não sendo natural de Faro, já deixou várias vezes claro que se sente como um farense de nascimento. O Farense é o clube do seu coração?

BM – Sim. Fui muito novo para o Farense, foi o clube que me formou, onde me estreei na I Liga. Jogar naquele estádio cheio… Era impossível não ficar adepto do clube. O hino está muito à frente. Aquela letra, dá logo uma alegria nas pernas. Cada vez que a ouvia sentia realmente o clube. E depois o facto do campo estar muito perto dos jogadores… Por vezes ouves o que não queres, é verdade, mas um jogador tem de saber viver com isso. Mas naquela altura o público sempre apoiou, mesmo nos jogos com os grandes: as bancadas eram do Farense, não eram do Benfica nem do Sporting! Isso agora perdeu-se um bocado, mas parece-me que já está a melhorar novamente. Se o clube voltasse à I Liga, tenho a certeza que voltava a ser como dantes. Na II Liga não é fácil, nas divisões mais abaixo é sempre mais difícil. O meu sonho era ter terminado no Farense, mas a única vez que me fizeram uma proposta foi quando estava no Louletano e tenho a minha palavra: como os dois clubes estavam na mesma divisão (2012/13), respeitei o que tinha prometido ao Louletano e não saí.





QFS – Ainda mantém contacto com os colegas dos tempos no clube?

BM – Falo com alguns, sim. Taira, Nuno Campos, Laranjo, Hugo Gomes, Fábio Felício. Há pouco tempo encontrei o Pelé no Facebook, vamos falando. E muitas das amizades que ficaram já vinham das camadas jovens. Na parte de sénior perdeu um bocado o encanto. Quando mete dinheiro… é sempre diferente.


QFS – Pedimos, para terminar, uma mensagem para os adeptos do Farense.


BM – Nunca percam a esperança, o vosso apoio é muito importante. Farense é Farense!



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