"É difícil encontrar no futebol português adeptos como os do Farense”
Quantos
Farenses somos? - Olá, Mateus. Aos 42 anos, cinco anos depois de ter saído do Farense, ainda continua a jogar?
Mateus – É verdade. É aquele bichinho que não me deixa largar, aquela camaradagem que faz sempre falta. Estar perto dos colegas ao Domingo... O futebol foi a minha paixão durante todos estes anos, uma das coisas melhores que me aconteceu na vida. Estou na distrital de Elite (Porto), no Maia-Lidador. No ano passado o objectivo era subir ao Campeonato de Portugal, tínhamos uma equipa arranjadinha, com alguns jogadores que passaram por I, II Liga. Ainda fomos à fase da liguilha, mas... subiu o Canelas, com todas aquelas coisas que se sabe. Este ano foi mais só para manter, andar ali a meio da tabela. Saíram alguns jogadores importantes para o Campeonato de Portugal... Fizemos um campeonato tranquilo.
M – É aquela vontade de ensinar os mais jovens e apoiá-los. E eles também se sentem com vontade de aprender e isso é bom, leva-os a eles a dar o máximo e a nós a querer mostrar que ainda conseguimos estar ao nível deles. Nós mais pela experiência, eles mais pela vontade de querer fazer uma carreira engraçada como a nossa (risos). Perguntam pelas nossas experiências, o que fizemos para chegar lá, à I, à II Liga, se é fácil... Nós dizemos: muito trabalho, sorte, que também é preciso, e alertamos que o futebol não é só coisas boas, não é só ganhar dinheiro, tem de se pensar também no futuro. É uma carreira curta, e quando menos esperamos estamos a acabar. E depois? Eu ganhei algum dinheiro, fiz bons contratos, mas era jovem, não pensava... Eles agora têm mais apoios, mais pessoas a aconselhar. Antigamente nós pensávamos que o futebol nunca ia acabar; só mais tarde é que percebíamos que afinal isto acaba e podia ter feito outras coisas, porque um profissional tem muito tempo livre, treina duas horas por dia só. Dá para fazer muita coisa, fazer cursos, tirar formações... E poupar, que às vezes gastamos dinheiro à toa e mais tarde é que caímos na realidade.
QFS – O seu colega no ataque também é um velho conhecido do futebol português: Cafú (40 anos, ex-Belenenses e Boavista).
QFS – De há algum tempo para cá já tem outra profissão além do futebol, certo?
QFS – O Mateus tem praticamente a mesma idade do seu treinador (43 anos)! Não é uma sensação estranha?
QFS – E em relação ao Farense, continua a acompanhar o percurso do clube?
M – Sim, fiquei um adepto do Farense, foi um clube que gostei muito de representar. É um clube que merece outros campeonatos, outros vôos. Tem uns adeptos como é muito difícil encontrar no futebol português, tem condições extraordinárias e mesmo a cidade em si merecia o Farense noutro patamar. Pensei que, com a nossa subida, depois era sempre a subir. Depois houve aquele percalço, mas com o que tenho acompanhado, acho que têm muitas condições para subir, estão a fazer um campeonato extraordinário.
QFS – O Mateus jogou também no Felgueiras, já há alguns anos (2000/01). Conhece alguma coisa desta equipa actual?
M –Tem uma equipa jeitosinha, um treinador novo, mas não tenho acompanhado muito. Acompanho mais o Farense, porque fiquei com mais ligações, o Felgueiras já foi há muitos anos. O Farense, com uma vitória e 3 golos fora, tem tudo para passar à fase seguinte. Pode entrar tranquilo e fazer uma grande partida, tem tudo para ganhar. Se fizerem aquela recepção que fizeram no ano que nós subimos, aquelas 15 mil pessoas no estádio... O Farense tem uma equipa muito experiente, eu tenho visto alguns vídeos dos jogos e gosto muito da maneira como está a jogar. O treinador também está a fazer um bom trabalho. Prefiro que passe o Farense, o Felgueiras já não me diz quase nada. Sinto saudades de Faro, do clube, foi uma época mesmo marcante para mim. Ficava contente se o Farense conseguisse passar.
QFS
– Curiosamente, antes disso já tinha jogado no Vizela, que pode ser o nosso adversário seguinte caso passemos às meias-finais...
M – Também foi um clube que me marcou muito. Tem uma equipa melhor que a do Felgueiras, é mais forte, pelo menos em casa. A zona Norte é mais à base da força, não é um futebol tão bonito como aí na zona Sul, onde há mais jogadores tecnicistas. Mas o Farense tem de encarar o Vizela como uma final, não poderá facilitar.
"Ainda fico arrepiado quando penso nas 15 mil pessoas com o Leiria”
QFS – Chegou ao Farense com 37 anos depois de várias épocas fora de Portugal. Como se deu essa vinda?
M – Para ser sincero, já nem pensava voltar ao futebol português como profissional. Foi tudo muito rápido, o Nuno Santos (treinador de guarda-redes na equipa técnica do Bruno Ribeiro) tinha jogado comigo no Chipre e no Santa Clara e estava-me sempre a ligar para ir para o Farense. Eu dizia "com 37 anos, será que vai correr bem?" Mas ele sabia que eu estava bem, tínhamos feito uma grande época no Chipre, subimos de divisão, e lá aceitei. Acabo por nem me cruzar com eles no clube, foram embora na semana em que eu cheguei. Mas correu bem, eu estava bem, os adeptos estavam um bocadinho desconfiados da minha idade mas depois acho que correu bem e conseguimos alcançar os objectivos a que nos tínhamos proposto. Foi uma experiência espectacular e tenho orgulho de dizer que subi de divisão com 37 anos!
QFS – Faz dez jogos, sete dos quais como titular. E marca um golo decisivo!
M – Em Fátima. Fiz o golo da vitória e a assistência para o Ibukun. Foi um dos melhores jogos que fiz pelo Farense. Um cruzamento da direita do Matias e eu dei uma cabeçada quase de fora da área - foi um grande golo, por acaso! Tínhamos um grupo fantástico, foi um ano espectacular. Era um grupo unido, o pessoal queria mesmo levar o Farense para a II Liga. E fizemos mesmo uma recuperação de galácticos! Estávamos com 7 pontos de diferença para o Mafra e fomos amealhando, amealhando... Foi espectacular. E mesmo a massa associativa, empurrou-nos à grande. Houve um jogo em Lisboa, que chovia... A bola nem rolava! Ganhámos 1-0 com o Futebol Benfica, já nem me lembro quem marcou...
QFS – Foi o Justo!
M – Pois foi, é verdade. O Justo era um craque! Tínhamos jogadores com muita qualidade. O Matias, que também chegou a meio da época, o Ibukun, os centrais eram muito bons - o Bruno Bernardo tinha tudo para ter feito uma carreira muito melhor... O Tiago (Martins) era um guarda-redes extraordinário, tinha uma grande qualidade. O Bilro era um animal no meio-campo (risos)! A única coisa que fiquei triste foi chegar ao final da época e terem dispensado os jogadores quase todos. Durante a época diziam que iam manter a equipa quase toda, iam buscar só mais 2 ou 3 jogadores e faríamos uma grande época na II Liga, porque nós fazíamos jogos-treino com equipas estrangeiras e batíamo-nos muito bem. Eu dizia "Isso é o segredo, presidente: se se quiser manter na II Liga ou tentar subir, é manter a equipa e buscar 2, 3 jogadores". Ele dizia "É isso, é isso", mas depois chegou ao fim... E não percebi. Fiquei triste até por colegas, que tinham valor para ficar, e por deixar o clube também, pensava fazer mais uma época.
QFS
– Falou há pouco da festa no jogo com o Leiria, na última jornada. Foi titular nesse encontro, como recorda a entrada em campo perante um estádio com aquela moldura humana?
M – Eu ainda hoje, quando falo disso ou quando vejo fotografias, fico arrepiado! Já tinha jogado em vários estádios, alguns até cheios, mas como aquilo nunca tinha visto! Um clube de II B ter aquela moldura humana ali... E não foi só nesse dia, foi no decorrer da semana inteira, os treinos... E depois na saída do hotel, do autocarro, ver aquelas motas a ir à nossa frente. Depois chegar lá e ver o estádio completamente cheio, quando subi ao aquecimento começou logo a dar aquela tremideirazinha (risos)! E depois foi a festa no final.
QFS – Ainda se assustou um bocadinho? A 10 minutos do fim o jogo estava empatado...
M – Pois, eles empataram pouco depois de eu sair. Pensei que íamos morrer na praia... Mas também fomos roubados, o árbitro anulou-nos ali dois golos limpos! Pelo menos o do Diop, ele vem de trás e dá aquela cabeçada... Aquele era limpinho. Depois acaba por marcar um penalty um bocado duvidoso... Mas foi merecido, a equipa que tinha de subir ali era mesmo o Farense. Depois foi a festa, queria era festejar! Depois ainda havia aquela fase para encontrar o campeão, mas na semana antes foi só festejar, as pessoas viveram mesmo aquele momento! Mas ser campeão era importante, e fizemos bons jogos, o Chaves também tinha uma equipa muito forte. Ficámos perto.
QFS – Como já referido, acaba por não seguir com a equipa para a II Liga. Passa, ainda, por Quarteirense e Almancilense antes de voltar de vez ao Norte...
M – Joguei mais aqui na zona Norte, a mãe da minha filha é daqui e tinha casa aqui. Queria ficar no Algarve, gosto muito daquela zona, mas o trabalho é só no verão, depois disso não há trabalho e no Norte é mais fácil arranjar qualquer coisa. O futebol estava a acabar, os ordenados começam a ficar mais baixos... No Quarteirense prometeram-me trabalho e depois falharam, por isso voltei para o Porto. Depois recebi o convite do professor Veríssimo para o Almancilense, até acabámos por subir, mas não terminei a época, arranjaram-me trabalho num hotel mas aquilo era só no verão, depois começou a ficar difícil e por isso pedi para vir embora. Ingressei no Paredes e optei por ficar cá por cima.
M – Aquela subida, aquele dia, aquele jogo. Os colegas, os adeptos, a claque - os South Side são espectaculares. Aquele grupo fantástico que nós tínhamos. E o S. Luís, que é um estádio carismático. E aquela viagem à Ribeira Brava, no jogo em que passamos para primeiro. Mesmo na Madeira, na bancada tínhamos 100 e tal, 200 pessoas que se deslocaram lá para nos apoiar. O Farense é um clube diferente, quando falo do Farense falo com muito carinho, muita alegria e muito respeito: gostei mesmo de jogar ali. Fiquei um bocadinho magoado por ser dispensado, mas não beliscou o sentimento.
QFS – O que guarda da passagem pelo Farense? Não foi muito longa, mas foi significativa!
"Estávamos na II B e parecia que estávamos na I Liga”
QFS – Há pouco dizia que nunca tinha visto nada como aquela festa da subida. Mas já tinha estado noutras, inclusive para a I Liga, com o Rio Ave!
M – Sim, fomos jogar a Santa Maria da Feira, empatámos quase no último minuto e também foi uma loucura, o estádio também estava cheio. Mas foi diferente porque o jogo foi fora, tivemos de nos deslocar até Vila do Conde para fazer a festa. Foi bonito, mas os adeptos do Farense não se comparam aos do Rio Ave. Os do Rio Ave foram àquele jogo e vibraram, mas os do Farense foram a época toda!
QFS – O Mateus acaba por passar por todos os escalões do futebol português!
M – É verdade. Tive muitas experiências boas, outras menos boas. Joguei em Chaves, em Portimão, nos Açores... Fico contente pela minha carreira, por ter podido desfrutar assim. O que fica mais é as amizades que fazemos por essas passagens.
QFS – Jogou ainda em Angola, inclusivamente na Liga dos Campeões africana, no Chipre e foi internacional por Cabo Verde.
M – Sim, ainda joguei com alguns dos jogadores que estão na selecção agora, mas foi connosco que se começou a criar a base. Joguei com o Lito, com o Ricardo que ainda está no Paços de Ferreira, tínhamos um grupo bom. Na altura, os jogadores cabo-verdianos que jogavam cá tinham a esperança de jogar pela selecção portuguesa e não aceitavam jogar por Cabo Verde. Hoje em dia já não é assim, já põem o país onde nasceram em primeiro lugar. Para mim, foi espectacular vestir a camisola do meu país, foi um orgulho. No estrangeiro, foi aprender, ter experiências novas. Em Angola não me adaptei, assinei por 2 anos, a equipa era boa (Manucho, Zé Kalanga), foi na altura que Angola foi ao Mundial. Mas era uma realidade totalmente diferente, as condições não tinha nada a ver com o que são agora... Às vezes ia jogar a sítios... Já não havia pelados, mas muitos eram ervados (risos). Aquilo era difícil imaginar, hoje já não existe. Uma vez fomos jogar aos Camarões, aquilo era só buracos e o locutor dizia "Temos aqui uma relva muito boa para a prática do futebol" (risos)! Às vezes tínhamos de equipar dentro do campo, os balneários estavam todos partidos... Nos hotéis não haviam camas para todos, tínhamos de dormir no chão... Nalgumas coisas era mesmo o fim do mundo. Depois pedi para vir embora, vim para o Santa Clara.
QFS – E antes disso já tinha passado pelo Portimonense. Em qual dos dois gostou mais de jogar: Farense ou Portimonense?
M – O Farense é um clube que sente mais a camisola, que vive mais o futebol. O Portimonense é aquele clube simpático, onde também gostei de estar, fui muito bem tratado e fiz uma grande época, mas não tive aquelas emoções como no pouco tempo que estive no Farense. Se o Farense estivesse na I Liga haveria mais alarido, as pessoas viviam mais. O Farense quase que ia agora à final da Taça de Portugal e viu-se logo as pessoas a viver aquilo intensamente! O Farense tem outra paixão. Nós estávamos na II B e parecia uma equipa da primeira divisão, sentíamo-nos jogadores! Eu até dizia aos miúdos "Se eu soubesse que o Farense era assim tinha vindo mais cedo!"
QFS – Dificilmente fez mais de um ano numa equipa. Porque mudava tanto de clube?
M – O meu objectivo era jogar na I Liga. Andei sempre atrás desse sonho, foi isso que me manteve mais aqui em Portugal. Acabei por chegar lá aos 33 anos, já foi um bocadinho tarde. Durante muito tempo joguei em clubes que lutavam para se manter na II Liga, depois fui para a Suécia e quando voltei já fui visto de outra maneira, já eram os clubes que lutavam para subir que me começavam a chamar. No Rio Ave, cheguei a meio da época no ano da subida à I Liga e depois fiquei para a época seguinte, mas as coisas não correram bem, estava a jogar pouco, depois chegou o Carlos Brito e trouxe novos jogadores, Yazalde, Fábio Coentrão... Comecei a ver que ainda ia jogar menos, depois tive o convite para ir para o Chipre e optei por arriscar. Hoje se calhar arrependo-me, até porque na altura tinha nascido a minha filha, tinha convites para clubes bons aqui, mas pronto. Também vivi lá uma boa experiência, conheci outras culturas. O futebol lá na altura ainda não era muito forte, era um bocado amador, mas agora já é diferente. Depois, com a crise na Grécia, os salários começaram a falhar, além de terem baixado mais de metade. Deixou de compensar. Mas para viver, o Chipre é um país espectacular, estilo Algarve! Calor todo o ano, praia, sol...
QFS – Foi acompanhando a queda do Farense durante a década de 2000?
M – O Farense mesmo quando desceu à II Liga ainda continuava com uma grande equipa! Pelé, Bruno Alves... eu jogava no Marco e ainda me lembro que eles vestiam fato e gravata para ir para os jogos! Eu vi-os chegar e disse "Epá, que equipa é esta?" (risos) E aquilo ficou-me na memória. Foi com muita pena que assisti a essa queda, porque tinha colegas que tinham jogado com aqueles nomes míticos, o Ramos, o Cavaco, e o Farense era um clube com mística de I Liga, o maior do Algarve. Sinceramente pensei que ia acontecer como alguns clubes aqui no Norte. Mas depois de ter jogado lá, vi que aquela força nunca desapareceu, os adeptos e aquela claque nunca deixaram de acreditar e nunca deixaram que o clube se afundasse. É por isso que sinto que têm aquela força e aquela crença de que vão conseguir um dia pôr o Farense na I Liga outra vez. Vai depender de muita coisa, mas o Farense tem tudo para voltar, porque tem aquele ADN de clube de I divisão. E nunca perdeu isso. Em pouco tempo vão conseguir e vamos ver o Farense na I Liga.
QFS – Para quem nunca o viu jogar, como se definiria enquanto jogador?
M – Um jogador de equipa. Não muito técnico, mas com muita garra, muita força e que não dá um lance por perdido. Muito querer, foi isso que me levou para outro patamar, o lutar até ao último minuto. A entreajuda, o sofrer dentro do campo. Eu sempre soube que tecnicamente não era o mais evoluído, mas tinha de ganhar aquela bola e tinha de chegar em primeiro. Nunca desistia de um lance e às vezes sozinho na frente destruía uma defesa, só com aquela vontade (risos)! No Portimonense, quando fiz dupla com o Serjão, saiu uma frase num jornal sobre nós que era "Altos, fortes e maus"! Fizemos uma época espectacular.
QFS – Quais os melhores jogadores com quem jogou na carreira?
M – Apanhei muitos! Um deles que ainda está no Farense, o Livramento. Era um craque! Tem uma qualidade... Podia ter ido mais longe. O Ibukun, um dos melhores jogadores naquele Farense... O Pituca, o Caju, o Brigues, que está no Leiria e também tinha muita qualidade. Pôs o Caju em sentido (risos). Era uma equipa que saía um, entrava outro e a equipa continuava sempre a jogar bem. No Beira-Mar, joguei com um ponta-de-lança que era o Roma, também tinha uma qualidade... No Rio Ave apanhei o Evandro, o Niquinha, o Fábio Coentrão. São muitos.
QFS – E treinadores? Quem mais o marcou?
M – O meu primeiro treinador como profissional, na Oliveirense, o Tião, que infelizmente já faleceu. O João Eusébio no Rio Ave, gostei muito de trabalhar com ele. O Rogério Gonçalves, Diamantino Miranda, o Pacheco também no Portimonense, o João de Deus na selecção, tinha bons métodos, trabalhava bem. Gostei de quase todos os treinadores com quem trabalhei, tive sempre uma boa relação com todos. Jorge Castelo, no Felgueiras. Na Ovarense apanhei o Fanã, que é aí de Faro, o adjunto era o Pedro Miguel. Gostei dele, fiz uma grande época nesse ano. Muito boa pessoa.
QFS – E sobre o Mauro de Brito, que apareceu no Farense a meio dessa época 2012/13, conseguiu a subida e depois saiu na época seguinte e desapareceu por completo, que opinião ficou?
M – Ele foi inteligente, não inventou muito, tentou dar continuidade ao trabalho que o Bruno Ribeiro já tinha feito. A base estava ali, ele viu que tinha ali matéria para fazer um bom trabalho e acabou por consegui-lo, subiu e foi pena não ter dado continuidade. Na altura ele dizia que, se ficasse, queria ficar com a maioria dos jogadores, acho que não foi por ele que quase todos fomos dispensados. Acabou por ficar porque seria sempre mau despedir um treinador que acaba de subir de divisão, mas ele sabia e já estava com as malas preparadas (risos). Acabou por não ter sorte.
M – Sim, pelo Facebook falamos. O Serrão encontro-o muitas vezes aqui no Norte. Falo com o Matias, Pituca, que ainda apanhei no Almancilense, o Justo, o Fábio Teixeira. Tínhamos um grupo mesmo unido, e foi mais por causa disso que conseguimos subir, éramos todos a remar para o mesmo lado. Jogasse quem jogasse, queríamos era subir de divisão.
QFS – Ainda mantém contacto com os colegas desse tempo?
QFS – Por fim, pedimos que deixe uma mensagem para os adeptos do Farense.